Preditores da satisfação conjugal feminina quatro anos após a submissão a tratamentos de fertilidade

JOANA M. MELO, & MARIANA V. MARTINS

 

Resumo

O presente estudo teve como objetivo avaliar longitudinalmente a mudança na satisfação conjugal feminina, comparando as perceções relatadas aquando dos tratamentos de fertilidade (T0), com aquelas reportadas após o término dos tratamentos (T1), cerca de 4 anos depois. Pretendeu-se também analisar a significância da paridade, de variáveis sociodemográficas e biomédicas (idade, duração da relação e recurso a técnicas de procriação medicamente assistida no passado), da depressão e do apoio social percebido nas possíveis diferenças encontradas nos níveis de satisfação conjugal. A amostra final foi constituída por 88 mulheres que completaram medidas de autorrelato que avaliaram a satisfação conjugal percebida, a perceção do apoio social recebido e a sintomatologia depressiva, bem como um questionário específico que incluía variáveis sociodemográficas e biomédicas em T0. Foi também pedido aos respetivos cônjuges que relatassem os seus níveis de satisfação conjugal percebida. Passados 4 anos, as participantes foram contactadas novamente para relatar os níveis de satisfação conjugal. Os resultados indicaram um aumento significativo dos níveis de satisfação conjugal feminina entre T0 e T1. Foram também encontradas associações significativas entre satisfação conjugal e apoio social em T0, assim como entre satisfação conjugal e depressão nos dois momentos de avaliação. Relativamente aos preditores da satisfação conjugal após o término dos tratamentos, e controlando as variáveis sociodemográficas e biomédicas, – o apoio social, a depressão e a satisfação conjugal inicial do parceiro-, apenas a variável satisfação conjugal feminina durante tratamentos se revelou significativa nos níveis de satisfação avaliados 4 anos depois.

 

Palavras-chave

Infertilidade, satisfação conjugal, tratamentos de fertilidade, estudo longitudinal.

 

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