Correlatos Psicológicos das Relações Familiares de Estudantes Universitários

JENNY SILVA, SÓNIA SIMÕES, MARINA CUNHA, & LAURA LEMOS

 

Resumo

As interações que estabelecemos ao longo da nossa vida, principalmente as interações precoces, influenciam o que somos e como nos comportamos. Uma vez que a família é o contexto primordial onde se estabelecem as primeiras relações precoces, este estudo pretende compreender a relação entre algumas variáveis familiares (vinculação, estilos educativos parentais e relações familiares) e o funcionamento psicológico de estudantes universitários. Assim, os objetivos deste estudo são: estudar a associação entre estilos educativos parentais, vinculação, funcionamento familiar, sintomas psicopatológicos e visão positiva/negativa das emoções; analisar as diferenças nas principais variáveis em estudo em função do sexo dos participantes, da qualidade da relação com o pai e de residir com a família diariamente versus aos fins-de-semana. A amostra é constituída por 356 estudantes universitários, 83 homens e 273 mulheres, com uma média de idades de 21.75 anos (DP = 5.35), sendo a maioria solteiros(as) (94.4%). Os participantes preencheram um protocolo constituído por Questionário Sociodemográfico; Inventory for Assessing Memories of Parental Rearing Behaviour, Brief Symptom Inventory, Leahy Emotional Schemas Scale; Systemic Clinical Outcome and Routine Evaluation e Adult Attachment Scale-R. Os resultados indicam a existência de correlações estatisticamente significativas entre todas as variáveis do estudo e a grande maioria das suas dimensões. Foram também encontradas diferenças estatisticamente significativas nas variáveis em estudo em função do sexo dos sujeitos e da qualidade da relação com o pai. O presente estudo corrobora a relevância da qualidade da relação com as figuras parentais no desenvolvimento de sintomas psicopatológicos e no tipo de vinculação. É, pois, recomendável que esta componente seja integrada ao nível da prevenção/intervenção psicológica.

 

Palavras-chave

Vinculação, estilos educativos parentais, funcionamento familiar, sintomas psicopatológicos, esquemas emocionais.

 

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