ISABEL S. SILVA, ELISABETE GONÇALVES, & DANIELA COSTA
Resumo
Nos últimos tempos têm ocorrido diversas mudanças societais (e.g., aumento de famílias monoparentais ou de casais de dupla carreira) e no mundo laboral (e.g., globalização da economia, intensificação do “ritmo” de trabalho), as quais, podem influenciar o equilíbrio entre o trabalho e as restantes esferas da vida do individuo, como é o caso da familiar. Por outro lado, sabe-se que tal equilíbrio tem uma grande importância nos níveis de bem-estar, nas atitudes e comportamentos dos indivíduos, tendo as organizações, por sua vez, vindo a implementar iniciativas que possam, de algum modo, facilitar a gestão da relação entre o trabalho e as restantes esferas da vida da sua força de trabalho. Partindo de seis estudos empíricos realizados em Portugal entre 2009 e 2016, o presente trabalho pretende contribuir, por um lado, para a caracterização do Conflito entre o Trabalho e a Família considerando ambas as direções – Conflito Trabalho-Família (CTF) e Conflito Família-Trabalho (CFT) – e, por outro, para a discussão em redor das designadas Práticas de Conciliação Trabalho-Família (PCTF). No conjunto dos estudos, participaram mais de 850 trabalhadores/as, a maioria dos quais do sexo masculino e com idades compreendidas entre os 30 e os 50 anos. De um modo geral, os resultados indicam uma maior perceção de CTF em comparação com a perceção de CFT e uma relativa reduzida disponibilização e utilização das PCTF. O artigo termina com a discussão do papel do contexto organizacional na promoção da gestão da relação trabalho-família.
Palavras-chave
Conflito trabalho-família, conflito família-trabalho, práticas de conciliação trabalho-família, organizações.
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