As desigualdades no acesso e na transição para o mercado de trabalho de estudantes não-tradicionais

SANDRA T. VALADAS, & ANTÓNIO FRAGOSO

 

Resumo

Nas últimas décadas, as instituições de ensino superior sofreram alterações significativas, fruto das transformações económicas e sociopolíticas, evidentes na reconfiguração das relações entre o Estado e a Universidade, mas também na globalização e mercantilização. Um dos efeitos mais notáveis destas mudanças foi a expansão global do sistema de ensino superior e a sua massificação, resultado de reformas políticas voltadas para o alargamento da participação e do acesso a grupos nunca antes existentes no ensino superior e com percursos muito diversos. No entanto, há poucas provas de que o alargamento da participação por si só conduza à igualdade no mercado de trabalho ou na sociedade. Ampliar o acesso ao ensino superior pode garantir uma movimentação constante de trabalhadores altamente qualificados, facilitando a mobilidade social, mas nem sempre é esse o caso, quando se trata de graduados não tradicionais e em quase todos os países da EU o acesso ao ensino superior ainda se distribui com base na desigualdade social. Quando analisamos o mercado de trabalho atual, há evidências de desigualdades estruturais estabelecidas, profundas, relacionadas com a classe social, o género, a raça e a etnia. É sobre estas dimensões que refletimos neste artigo.

 

Palavras-chave

Ensino superior, massificação, acesso ao mercado de trabalho, graduados nãotradicionais, capital social.

 

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